26 janeiro 2012

José Hierro (1922-2002)

Variaciones sobre el instante eterno

Por qué te olvidas y por qué te alejas
del instante que hiere con su lanza.
Por qué te ciñes de desesperanza
si eres muy joven, y las cosas viejas.

Las orillas que cruzas las reflejas;
pero tu soledad de río avanza.
Bendita forma que en tus aguas danza
y que en olvido para siempre dejas.

Por qué vas ciego, rompes, quemas, pisas,
ignoras cielos, manos, piedras, risas.
Por qué imaginas que tu luz se apaga.

Por qué no apresas el dolor errante.
Por qué no perpetúas el instante
antes de que en tus manos se deshaga.

Variações sobre o eterno instante

Por que te esqueces e por que te afastas
do instante que fere com a sua lança?
Por que te rodeias de desespero
quando és tão jovem, e as coisas velhas?

Reflectes as margens que atravessas
mas a tua solidão de rio avança.
Bendita forma que nas tuas águas dança
e que no esquecimento para sempre deixas.

Por que te cegas, quebras, queimas, pisas,
ignoras céus, mãos, pedras, risos?
Porque imaginas que a tua luz se apaga?

Por que não apressas a dor errante?
Por que não perpetuas o instante
antes que nas tuas mãos se desfaça?

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