Backyard or the Axiom on Pain
Someone’s grilling fish.
the air sprinkled with roasted bay leaves is
sneaking into sails. no one has any intention of
sailing. in beds of parachute silk
the flesh waits for someone to flick his tongue. the one
grilling the fish must be
Toni. the deck is bursting with snails. sadness cannot stand
the shells breaking. so we cook only slugs.
sometimes we scratch
the surface with our fingernails and then until late in the night
we pick out splinters. the fortress of pain is a horse.
the purgatory of yearning is in rattlesnakes
and I don’t give a damn about
maniere. life is a dream.
ping-pong is art. if you really
want it.
Quintal ou Axioma sobre a Dor
Alguém está a grelhar peixe.
O ar matizado de folhas de loureiro assadas
está a esgueirar-se em velas. Em camas de seda de pára-quedas
a pele espera por alguém para chicotear a sua língua. Quem
grelha o peixe deve ser o
Toni. O convés está a rebentar de caracóis. A tristeza não suporta ver as conchas a partir. Por isso só cozinhamos lesmas.
Por vezes raspamos as superfícies com as nossas unhas e depois à noite, até tarde apanhamos lascas. A fortaleza da dor é um cavalo.
O purgatório do desejo está nas cascavéis
e eu não estou nem aí para a
maniere. A vida é um sonho.
O ping-pong é uma arte. Se realmente
o quisermos.
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