10 maio 2012

Kamran Mir Hazar (1976-)

VIRUS WRITING
1.
Writing viruses
And electronic labyrinths
With a blackout and no computer
In a rented house, at seven thousand a month;
Kabul, the Afghan capital!
What silly poem is this?

You ask yourself, is poetry the same lonely words that wander in electronic corridors,
Cut off from their existence,
Thrown away, with no choice but to become a poem?
You watch imagination wandering through paths, over the paths,
You throw the leash at yet another word,
Trying to subdue this wild one,
And if you fail,
You stop functioning,
Like a computer crashed.

VÍRUS DE ESCREVER

1.
Escrevendo vírus
e electrónicos labirintos
com uma branca e sem computador
numa casa alugada, a sete mil por mês;
Kabul, a capital afegã!
Que poema estúpido é este?

Tu perguntas-te, será poesia as mesmas palavras solitárias que vagueam por corredores electrónicos,
fora da nossa existência,
deitados fora, sem qualquer hipótese de se tornar num poema?
Observas a imaginação a vaguear através de caminhos, acima de caminhos,
lanças a coleira a mais uma palavra ainda,
tentando subjugar mais uma palavra,
e se falhares,
páras de trabalhar,
como um computador que crashou.

Sem comentários:

Enviar um comentário