03 maio 2012

Yusef Komunyakaa (1947-)

Facing it

My black face fades,
hiding inside the black granite.
I said I wouldn't,
dammit: No tears. 
I'm stone. I'm flesh.
My clouded reflection eyes me
like a bird of prey, the profile of night
slanted against morning. I turn
this way--the stone lets me go.
I turn that way--I'm inside
the Vietnam Veterans Memorial
again, depending on the light
to make a difference.
I go down the 58,022 names,
half-expecting to find
my own in letters like smoke.
I touch the name Andrew Johnson;
I see the booby trap's white flash.
Names shimmer on a woman's blouse
but when she walks away
the names stay on the wall.
Brushstrokes flash, a red bird's 
wings cutting across my stare.
The sky. A plane in the sky.
A white vet's image floats
closer to me, then his pale eyes
look through mine. I'm a window.
He's lost his right arm
inside the stone. In the black mirror
a woman's trying to erase names:
No, she's brushing a boy's hair.
 
Enfrentar
 
A minha face preta dilui-se
escondendo-se dentro do granito preto.
Eu disse que não o faria,
caramba: nada de choro.
Eu sou pedra. Eu sou pele.
O meu reflexo nebuloso espia-me
como uma ave de rapina, o perfil da noite
inclinado contra a manhã. Volto-me
para aqui - a pedra deixa-me ir.
Volto-me para ali - estou dentro
do Memorial dos Veteranos do Vietname
de novo, dependendo da luz
para fazer alguma diferença.
Eu conto todos os 58022 nomes,
já esperando encontrar
o meu em letras como fumo.
Eu toco o nome Andrew Johnson;
Vejo o clarão branco da armadilha.
Os nomes brilham numa blusa de mulher
mas quando ela se vai embora
os nomes ficam na parede.
Pinceladas cintilam, as asas de um pássaro 
vermelho atravessam-me o olhar.
O céu. Um avião no céu.
A imagem de um veterano branco flutua
próxima de mim. Eu sou uma janela.
Ele perdeu o seu braço direito
dentro da pedra. No espelho negro
uma mulher tenta apagar nomes:
Não, está a acariciar os cabelos de um rapaz.
 
 

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