Encuentro
Me tropecé contigo en
primavera,
una tarde de sol,
delgada y fina,
y fuiste en mi espalda
enredadera,
y en mi cintura, lazo y
serpentina.
Me diste la blandura de
tu cera,
y yo te di la sal de mi
salina.
Y navegamos juntos, sin
bandera,
por el mar de la rosa y
de la espina.
Y después, a morir, a
ser dos ríos
sin adelfas, oscuros y
vacíos,
para la boca torpe de la
gente....
Y por detrás, dos
lunas, dos espadas,
dos cinturas, dos bocas
enlazadas
y dos arcos de amor de
un mismo puente.
Encontro
Tropecei em ti na
primavera,
uma tarde de sol,
delgada e fina,
e foste nas minhas
costas trepadeira,
e na minha cintura laço
e fita.
Deste-me a suavidade da
tua cera
e eu o sal da minha
salina.
E navegámos juntos, sem
bandeira,
pelo mar das rosas e dos
espinhos.
E depois, ao morrer,
fomos dois rios
sem loendros, escuros e
vazios,
para a torpe boca das
gentes...
E por trás, duas luas,
duas espadas,
duas cinturas, duas
bocas enlaçadas
e dois arcos de amor da
mesma ponte.
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