31 janeiro 2012

Rafael Guillén (1933-)

Escultor

En mis manos tu barro, te moldeo
con ternura. Mi soplo y mi caricia
dieron ser a la curva que te inicia.
Si carne te pensé, viento te veo.

Vaciada ya tu forma, me recreo,
te atesoro. No culpes mi codicia.
Alta puse la mira: tu primicia
esculpida a cincel en mi deseo.

Yo, escultor, sólo pido por mi arte
el contemplar mi obra: contemplarte.
Pero tú ya eres tú, aunque eres mía,

y si una vez te arredra mi egoísmo,
puedes irte si quieres. Me es lo mismo.
Te crearé, de nuevo, cualquier día.

Escultor

Nas minhas mãos o teu barro – moldo-te
com ternura. O meu fôlego e a minha carícia
vieram a ser a curva que te inicia.
Se em carne te pensei, em vento te imagino.

Esvaziada já a tua forma, recrio-me,
aprisiono-te. Não culpes a minha ganância.
Alta pus a meta: a tua novidade
esculpida a cinzel no meu desejo.

Eu, escultor, só peço pela minha arte
o contemplar o meu trabalho: contemplar-te.
Mas tu já és tu, ainda que sejas minha,

e se alguma vez te assustar o meu egoísmo,
podes partir se quiseres. É-me igual.
Criar-te-ei, novamente, qualquer dia.

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