03 março 2012

Julio Herrera y Reissig (1875-1913)

Amor sádico

Ya no te amaba, sin dejar por eso
de amar la sombra de tu amor distante.
Ya no te amaba, y sin embargo, el beso
de la repulsión nos unió un instante...

Agrio placer y bárbaro embeleso
crispó mi faz, me demudó el semblante,
ya no te amaba, y me turbé, no obstante,
como una virgen en un bosque espeso.

Y ya perdida para siempre, al verte
anochecer en el eterno luto,
mudo el amor, el corazón inerte,

huraño, atroz, inexorable, hirsuto,
jamás viví como en aquella muerte,
nunca te amé como en aquel minuto!

Amor sádico

Já não te ama, sem deixar por isso
de amar a sombra de seu amor distante.
  Já não te amava, e ainda o beijo
da repulsa se ​​juntou a nós um instante ...

Acre prazer e bárbaro encantamento
crispou o meu rosto, mudou-me o semblante,
não te amava mais, e incomodou-me, não obstante,
como uma virgem numa floresta luxuriante.

E perdida para sempre, vendo-te
anoitecer em eterno luto,
mudo o amor, o coração inerte

taciturno, terrível, inexorável, hirsuto,
jamais vivi como naquela morte,
não te amei mais como naquele minuto!

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