01 abril 2012

John Ashbery (1927-)

Some Trees

These are amazing: each
Joining a neighbour, as though speech
Were a still performance.
Arranging by chance
To meet as far this morning
from the world as agreeing
With it, you and I
Are suddenly what the trees try
To tell us we are:
That their merely being there
Means something; that soon
We may touch, love, explain.
And glad not to have invented
Such comeliness, we are surrounded:
A silence already filled with noises,
A canvas on which emerges
A chorus of smiles, a winter morning.
Placed in a puzzling light, and moving,
Our days put on such reticence
These accents seem their own defence. 

Algumas árvores

Estas são fantásticas: cada uma
juntando-se a um vizinho, como se a fala
fosse um desempenho mudo.
Dispondo-nos ao acaso
para estar tão perto do mundo

esta manhã, como para fazer
parte dele, tu e eu
somos de repente o que as árvores

  nos tentam dizer que somos:
Que o seu simples estar ali
significa alguma coisa, que em breve
poderemos tocar, amar, explicar.

E feliz por não ter inventado
Tal beleza, estamos cercados:
Um silêncio cheio de ruídos,
Uma tela onde emerge

Um coro de sorrisos, uma manhã de inverno.
Colocados numa luz intrigante e comovente,
os nossos dias tornam-se tão relutantes
que esta acentuação parece a sua própria defesa.

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