09 abril 2012

Lynda Hull (1954-)


At Thirty

Whole years I knew only nights: automats
& damp streets, the Lower East Side steep

with narrow rooms where sleepers turn beneath
alien skies. I ran when doorways spoke

rife with smoke & zippers. But it was only the heart's
racketing flywheel stuttering I want, I want

until exhaustion, until I was a guest in the yoke
of my body by the last margin of land where the river

mingles with the sea & far off daylight whitens,
a rending & yielding I must kneel before, as

barges loose glittering mineral freight
& behind me façades gleam with pigeons

folding iridescent wings. Their voices echo
in my voice naming what is lost, what remains.

Aos trinta

Durante anos inteiros eu conheci apenas as noites: máquinas de vending
& ruas húmidas, o íngreme Lower East Side

com quartos estreitos, onde quem dorme anda às voltas
debaixo de céus alienígenas. Fugi quando as portas se abriram

repletas de fumo e fechos-éclair. Mas é só o barulho estrondoso
do volante do coração que eu quero, que eu quero

até a exaustão, até ser um convidado no jugo
do meu corpo até à última margem da terra onde o rio

se mistura com o mar e lá longe a luz do dia embranquece,
um desfazer e sucumbir perante os quais me devo ajoelhar, como

barcaças soltam brilhantes cargas minerais
e atrás de mim fachadas brilham com pombos

dobrando as asas iridescentes. As suas vozes ecoam
na minha voz nomeando o que se perdeu, o que resta.
 



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