17 abril 2012

Valzhyna Mort (1981-)

A Poem About White Apples
white apples, first apples of summer,
with skin as delicate as a baby’s,
crispy like white winter snow.
your smell won’t let me sleep,
this is how dead men
haunt their murderers’ dreams.
white apples,
this is how every july the earth
gets heavier under your weight.

and here only garbage smells like garbage . . .
and here only tears taste like salt . . .

we were picking them
like shells in green ocean gardens,
having just turned away from mothers’ breasts
we were learning
to get to the core of everything with our teeth.

so why are our teeth like cotton wool now . . .

white apples,
in black waters, the fishermen,
nursed by you, are drowning.

Um poema sobre Maçãs Brancas

Maçãs brancas, as primeiras do verão,
com a pele tão delicada quanto a de um bebé,
estaladiça como a da neve branca do inverno.
o teu cheiro não me deixa dormir,
é assim que os homens mortos
assombram os sonhos dos seus assassinos.
maçãs brancas,
é assim que a cada julho a terra
fica mais pesada deibaixo do teu peso.

e apenas aqui o lixo cheira a lixo...
e apenas aqui as lágrimas sabem a sal...

nós apanhámo-las
como conchas em jardins de verde oceano,
tendo sido afastados dos peitos das mães
aprendíamos
a chegar ao centro de tudo com os dentes.

porquê então estão os nossos dentes feitos em algodão...

maçãs brancas,
em águas escuras, os pescadores,
amamentados por ti, estão a afogar-se.

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