Las horas
¡Qué
tristes son las horas! Cual rebaño
de ovejas
que caminan por el cielo
entre el
fragor horrísono del trueno,
y bajo un
cielo de color de estaño.
Cruzan
sombrías en tropel huraño,
de la
insondable Eternidad al seno,
sin que
me traigan ningún bien terreno,
ni
siquiera el temor de un mal extraño.
Yo las
siento pasar sin dejar huellas,
cual
pasan por el cielo las estrellas,
y aunque
siempre la última acobarda,
de no
verla llegar ya desconfío,
y más me
tarda cuanto más la ansío
y más la
ansío cuanto más me tarda.
As horas
Que triste são as horas! Qual rebanho
de ovelhas que caminham no céu
entre o terrível estrondo do trovão,
sob um céu da cor do estanho.
Cruzam sombrias num atropelo esquivo,
da eternidade insondável no peito,
sem que me tragam qualquer bem terreno
nem sequer o temor de um raro mal.
Sinto-as passar sem deixar rastro,
como através do céu passam as estrelas,
e, embora a última sempre se acobarde,
quando não a vejo chegar logo desconfio,
e mais me tarda quanto mais a anseio
e mais a anseio quanto mais me tarda.
As horas
Que triste são as horas! Qual rebanho
de ovelhas que caminham no céu
entre o terrível estrondo do trovão,
sob um céu da cor do estanho.
Cruzam sombrias num atropelo esquivo,
da eternidade insondável no peito,
sem que me tragam qualquer bem terreno
nem sequer o temor de um raro mal.
Sinto-as passar sem deixar rastro,
como através do céu passam as estrelas,
e, embora a última sempre se acobarde,
quando não a vejo chegar logo desconfio,
e mais me tarda quanto mais a anseio
e mais a anseio quanto mais me tarda.